São 23 horas de 30 de outubro de 2013, um dia antológico, e estamos presenciando o reencontro histórico do Ira!, a banda paulista mais roqueira dos anos 1980. “Mudança de Comportamento” é a terceira faixa desde que o vocalista Nasi subiu ao palco. Lágrimas escorrem da plateia e não é difícil entender os motivos.
Seis anos se passaram desde a ruptura de Nasi, o guitarrista Edgard Scandurra e o resto da banda. Muitos órfãos deixados pelo caminho. Se, à primeira vista, os 600 convidados presentes na casa Traffó Espaço, na zona sul de São Paulo, parecem nada ter a ver com o show, logo descobrimos que “envelhecemos na cidade”. Todos estamos ali por um único motivo:
De todo o meu passado, boas e más recordações, quero viver meu presente e lembrar tudo depois. Nessa vida passageira, Eu sou eu, você é você. Isso é o que mais me agrada, isso é o que me faz dizer: que vejo flores em você.

Fotos Rogério Corrêa/ Kurundu Filmes
Scandurra, idealizador do reencontro, faz questão de render homenagens ao velho amigo, o mesmo que conheceu desde os tempos do colégio na Vila Mariana, e com quem rompeu em 2007. Nasi comenta algo, mas o guitarrista apenas brinca: “Esse é o verdadeiro show do Ira!, não estou ouvindo nada.” A essa altura, a plateia ensandecida apenas urra: “Ira!, Ira!, Ira!”
Em um show quase imprevisto para os fãs mais ardorosos, nitidamente improvisado, era de se esperar que acontecessem todas as falhas possíveis. E todas elas acontecem, sem que ninguém se importe com isso. O som está estourado para uma casa de espetáculo minúscula diante da magnitude do show. Nasi e Scandurra entram errado nas músicas, mas isso é rock’n'roll, o que o Ira! sempre fez.
Farofafá » O reencontro histórico do Ira!
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