17 outubro, 2013

A covardia de Chico Buarque: quando não restar mais nenhum argumento, ataque a Globo. Os idiotas costumam zurrar de satisfação!

Este post tratará da incrível covardia intelectual de Chico Buarque e demonstrará o truque vigarista a que recorre para defender um ponto de vista autoritário, estúpido.
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Que grande e notável pensador se saiu este rapaz! Com a censura ainda em funcionamento, aceitou um programa na Globo e deixou para trás as suas mágoas. Aos comunistas amigos, deve ter deixado claro que, como é mesmo?, não “era pelos 20 centavos”, mas em nome da causa. Em 2013, com o Brasil vivendo, a despeito das suas convicções, é bem verdade, uma democracia plena (ele gosta é do regime cubano), este senhor vem brandir o fantasma de uma Globo que já não existe para defender um procedimento, a censura, que era uma das marcas justamente daquele regime de exceção contra o qual ele criou algumas metáforas.

Chico & Caetano poderiam ter continuado a, deixem-me ver como escrever, verter Pessoa, Nietzsche e Shakespeare também para quem sabe assoviar. Em vez disso, resolveram defender a censura virtuosa. Há de pesar em suas respectivas biografias.

16 outubro, 2013

Senado aprova projeto que dá aos estados poder de criar novos municípios

BRASÍLIA - O Senado aprovou nesta quarta-feira projeto de lei complementar que abre a possibilidade para criação de novos municípios por intermédio das Assembleias Legislativas dos estados. A matéria havia sido aprovada pela Câmara em junho deste ano, mas, como foram feitas alterações, uma vez que o projeto era originário do Senado, retornou para que os senadores analisassem as mudanças. O projeto de lei tramitava no Congresso desde 2002. Votaram favoravelmente à proposta 53 senadores; cinco foram contrários e três se abstiveram.

A farra da criação de novos municípios havia sido interrompida em 1996, quando uma emenda constitucional exigiu a aprovação de lei federal que definisse novos critérios para criação, incorporação, desmembramento de novas cidades.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/senado-aprova-projeto-que-da-aos-estados-poder-de-criar-novos-municipios-10393789#ixzz2hwRcqg3c

15 outubro, 2013

Dia dos Professores é também dia de luto

O tradicional dia 15 de outubro será marcado com um grande luto. Lembrado por ser o dia do professor, e ser um dia de celebração, a classe dos professores e educadores não veem motivos para. Diante de tanta opressão e tanto descasos os professores farão um grande ato nesta próxima terça feira.

Com o objetivo de reivindicar a mudança do plano de cargos, carreiras e salários para os professores da rede municipal de ensino, um ato público promovido SEPE está previsto para acontecer no próxima terça-feira (15 de outubro), às 17h. A passeata partirá da Igreja da Candelária, localizada no cruzamento entre a Rua Rio Branco e a Avenida Presidente Vargas. De lá vai ganhar curso para à Cinelândia de fronte para a Câmara dos Vereadores da Cidade do Rio de Janeiro.

Entre os principais pontos de discussão entre a Seeduc (Secretaria de Estado da Educação), a Secretaria Municipal de Educação e o Sepe (Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação) está o aumento salarial para a categoria, a carga horária de funcionários administrativos e mudanças na distribuição das disciplinas.

A ministra da Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República, Maria do Rosário, esteve no Rio de Janeiro, na ultima quarta-feira (09), para uma série de encontros, inclusive com o secretário estadual de segurança, José Mariano Beltrame essa semana, para discutir a ação da Polícia Militar durante a manifestação de professores.

Fica para pensarmos sobre essa intervenção agressiva dos policiais. Com o uso indiscriminado das chamadas armas não letal, levantam um discurso de defesa do patrimônio público. Mas o patrimônio humano que somos todos nós ninguém quer defender? Não merecemos ser defendidos pela polícia? Não é a nós que eles devem proteger?

A retirada dos professores do plenário sem ordem judicial nos últimos acontecimentos, a detenção sob a alegação de resistência, desacato e formação de quadrilha por pessoas que não se conheciam, além da dificuldade encontrada pelas instituições durante as tentativas de mediação, são exemplos de uma ação ditatorial da Polícia Militar.

Neste próximo ato, devemos pautar o fim dessa cultura patriarcal. Que ao mesmo tempo que é machista, é homofóbica, racista e coronelista. Romper com esse sistema opressor é o único caminho para restabelecermos a democracia.

É completamente anacrônico usar-se uma legislação como a Lei de Segurança Nacional, que é de triste memória para o Brasil, que lembra o período da ditadura militar, que nos lembra do quanto sofremos por não ter liberdade para viver em paz. Resgatar a Lei de Segurança Nacional em nada contribui, neste momento.

Se quisermos fortalecer a democracia, é preciso estar nas ruas para lutar por ela. É preciso restabelecer a dignidade da população carioca e fluminense. E se preciso for vamos combater esse modelo de sociedade que nada contribui para a vivência plena da liberdade e da prática dos direitos humanos... Vamos encarar nosso dia com luto, mas também com coragem, ousadia e profetismo... Somos todos Professores!

* Walmyr Júnior é graduado em História pela PUC-RJ e representou a sociedade civil em encontro com o Papa Francisco no Theatro Municipal, durante a JMJ.


Jornal do Brasil - Juventude de Fé - Dia dos Professores é também dia de luto

03 outubro, 2013

Brasil, educação zero

"Um país que trata os seus professores a cacetadas, balas de borracha e spray de pimenta é um país que despreza o seu futuro. A Indonésia que nos aguarde: no próximo ranking da Pearson, ninguém tasca o nosso último lugar"

Há algumas semanas voltou a circular pela internet um ranking de aprendizado mundial divulgado no final do ano passado pela Pearson, empresa inglesa dedicada à educação. Ele reflete dados colhidos entre 2006 e 2010 em 39 países e uma região (Hong Kong) e não chega a surpreender quem se interessa pelo assunto. O primeiro lugar é ocupado pela Finlândia, seguida por Coréia do Sul, Hong Kong, Japão e Singapura. O Brasil só não ficou em último lugar porque, espantosamente, a Indonésia conseguiu se sair ainda pior.

O ranking é baseado em dois indicadores, um que verifica a habilidade cognitiva dos alunos através de uma série de testes de leitura, matemática e ciência, e outro que aponta o nível da sua formação através das notas de graduação e cultura geral.

Entrevistado pela BBC, Sir Michael Barber, diretor do conselho educacional da Pearson, disse que os países mais bem colocados têm, em comum, uma "cultura da educação": entre outras coisas, seus professores são respeitados e gozam de alto status social.

Aí está o X da questão. Educação não se compra pronta ali na esquina, nem se faz unicamente com escolas e professores; educação se faz com determinação social, e com a percepção generalizada de que levar os estudos a sério é fundamental para o desenvolvimento do país e de seus habitantes. Prova disso é que os Estados Unidos, com todo o seu poderio econômico, amargaram um medíocre 14º lugar no ranking.

"À primeira vista, dinheiro e educação parecem criar um círculo virtuoso, no qual países -- e indivíduos -- ricos compram boa educação para as suas crianças, que, por sua vez, se beneficiam economicamente" -- diz o prefácio do estudo. -- "Um olhar mais atento, porém, revela que tanto os maiores índices de renda quanto os melhores resultados nos testes de conhecimento são resultado de estratégias adotadas muitas anos antes, independentemente dos níveis de renda então existentes."

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O Brasil, longe de ter uma "cultura da educação", tem uma "cultura da ignorância", que as nossas crianças aprendem desde cedo. Melhor do que ser bom aluno é ser esperto, é colar sem que o professor veja, é comprar as respostas das provas para ter, não um conjunto de conhecimentos importante, mas um diploma. Que, aliás, e não por acaso, vale cada vez menos.

Longe de gozar alto status social, como nos países verdadeiramente desenvolvidos, nossos professores são humilhados e desprezados pelos governantes. São agredidos pelos alunos em sala de aula com frequencia alarmante e, muitas vezes, os pais dos agressores ainda se sentem no direito de tomar satisfações na diretoria.

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A educação brasileira, que nunca foi lá aquelas maravilhas, começou a ser desmontada durante a ditadura e, de lá para cá, veio ladeira abaixo como um trator sem freio. Não consigo imaginar outro país em que um presidente tenha dito, como disse Lula, que ler livro é como andar na esteira.

Os sinais da decadência do ensino -- que é, no fundo, a decadência do apreço pela cultura e pela educação -- podem ser vistos em toda a parte, dos cardápios mal redigidos dos restaurantes às placas das rodovias federais, onde as crases não são usadas por necessidade, mas por capricho.

No rádio e na televisão praticamente não há entrevistado, de qualquer profissão ou instância de poder, que consiga formar uma frase correta, sem erros de regência ou de concordância. Quando as entrevistas são feitas com políticos ou com "autoridades", então, a coisa desanda de vez.

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Minha irmã é professora na pós-graduação em música da Unirio. Na semana passada, me mostrou algumas provas que corrigiu. Os alunos -- candidatos a mestrado e doutorado -- tinham que traduzir um pequeno trecho do inglês para o português. Era um trecho simples, sem maiores mistérios, sobre o papel do regente na orquestra. Em muitas das provas, a palavra "wand", batuta, foi traduzida por varinha de condão, sua primeira acepção no dicionário. Como é que um estudante formado em música num curso superior pode chegar a essa conclusão?! Será que não desconfia de que algo está errado numa tradução que põe nas mãos do regente uma varinha de condão no lugar de uma batuta? E não, o trecho a ser traduzido não se passava em Hogwarths!

Nem vou falar nas frases ininteligíveis, nos erros crassos de português ou na indigência geral do vocabulário, absolutamente deprimentes para quem ainda tem alguma esperança nesse país.

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O primeiro passo para a criação de uma "cultura da educação" é valorizar os professores, conferindo-lhes a devida importância no tecido social. Isso significa remunerá-los dignamente, dar-lhes reconhecimento e boas condições de trabalho. Isso é essencial para que o aluno possa olhar para o professor com admiração e respeito, e para que passe a considerar o magistério uma profissão nobre, digna de ser exercida. Valorizar os professores significa também ouvi-los quando dizem que não têm mais como continuar trabalhando com os salários ridículos que recebem.

Um país que trata os seus professores a cacetadas, balas de borracha e spray de pimenta é um país que despreza o seu futuro. A Indonésia que nos aguarde: no próximo ranking da Pearson, ninguém tasca o nosso último lugar.

Cora Ronai
(O Globo, Segundo Caderno, 3.10.2013)