20 novembro, 2012

Tabela de Infrações e Penalidades - Art. 258 e Art. 259 LEI Nº 9.503/97.


INFRAÇÕES LEVES

PONTOS
MULTA
PENALIDADES
INFRAÇÃO
3
R$53,20
 
Usar luz alta em via iluminada
3
R$53,20
 
Buzinar Prolongadamente entre 22 e 6 horas
3
R$53,20
 
Ultrapassar veículos em cortejo
3
R$53,20
Retenção do veículo
Conduzir sem portar documentos obrigatórios
3
R$53,20
 
Estacionar afastado mais de 50 cm da calçada


INFRAÇÕES MÉDIAS

PONTOS
MULTA
PENALIDADES
INFRAÇÃO
4
R$86,13
 
Dirigir com fone de ouvido ou celular
4
R$86,13
Remoção do veículo
Parar por falta de combustível
4
R$86,13
Remoção do veículo
Ultrapassar veículos em cortejo. Estacionar a menos de 5 metros da esquina
4
R$86,13
 
Dirigir com uma só mão
4
R$86,13
 
Dirigir com o braço do lado de fora
4
R$86,13
 Estacionar na contra mão
4
R$86,13
 Excesso de Velocidade até 20% acima da rodovia
 
 
  


INFRAÇÕES GRAVES

PONTOS
MULTA
PENALIDADES
INFRAÇÃO
5
R$127,69
 
Conversão a direita ou esquerda proibida
5
R$127,69
Retenção do veículo
Veiculo sem acionar limpador de para brisa na chuva
5
R$127,69
Retenção do veículo
Motorista ou Passageiro sem cinto de segurança
5
R$127,69
Remoção do veículo
Estacionar na calçada
5
R$127,69
Remoção do veículo
Estacionar em fila dupla
5
R$127,69
 
Não transferir o veículo em 30 dias
5
R$127,69
 
Não manter distância lateral ou  frontal
5
R$127,69
 
Seguir veiculo urgência (Bombeiro, Ambulância, Polícia)
5
R$127,69
Retenção do veículo
Conduz. veículo em mau estado de conservação
5
R$127,69
Retenção do veículo
Veiculo expelindo fumaça ou gás nível superior ao permitido
5
R$127,69
 
Conversão em locais proibidos
5
R$127,69
 

Não dar seta para conversão
5
R$127,69
 
Ultrapassar pelo acostamento
5
R$127,69
 
Transitar em marcha a ré em trechos longos ou com perigo
5
R$127,69
Remoção do veículo
Estacionar viadutos / túneis / pontes
5
R$127,69
 
Ultrapassar veiculo em fila ou sinal
5
R$127,69
Retenção do veículo
Não usar cinto de segurança
5
R$127,69
Retenção do veículo
Farol desregulado ou luz alta


INFRAÇÕES GRAVÍSSIMAS

PONTOS
MULTA
PENALIDADES
INFRAÇÃO
7
R$574,00
Apreensão de veículo
Dirigir sem ser habilitado
7
R$957,70
Apreensão de veículo
Dirigir com CNH Cassada ou suspensa
7
R$191,54
Apreensão de veículo
Dirigir com CNH vencida a mais de 30 dias
7
R$191,54
Retenção da CNH
Retenção do veículo
Dirigir sem óculos obrigatório
7
R$957,70
Cassação da CNH
Retenção do veículo
Remoção do veículo
Suspensão do direito de dirigir
Detenção de 6 meses a 3 anos
 
Dirigir sob efeito de álcool ou outro entorpecente
7
R$191,54
Retenção do veículo
Entregar veículo a pessoa sem condições
7
R$191,54
Retenção do veículo
Transportar criança sem proteção
7
R$191,54
Retenção do veículo
Retenção da CNH
Suspensão do direito de dirigir
Recolhim. do docto. de habilitação
 
Dirigir ameaçando pedestres
7
R$957,70
Suspensão do direito de dirigir
Apreensão de veículo
Remoção do veículo
Cassação da CNH
Detenção de 6 meses a 3 anos
 
Promover ou participar de competição, exibição, rachas e demonstração de perícia
7
R$574,52
Apreensão de veículo
Remoção do veículo
Suspensão do direito de dirigir
Retenção da CNH
 
Velocidade acima de 50% da máxima permitida
7
R$957,70
Suspensão do direito de dirigir
Remoção do veículo
Retenção da CNH
Detenção de 6 meses a 3 anos
 
Não prestar socorro à vítima
7
R$191,54
Remoção do veículo
Estacionar na pista das estradas
7
R$191,54
 
Transitar pela contra mão em vias de sentido único
7
R$ 492,00
 
Transitar pela calçada, ciclovia, etc
7
R$ 191,54
 
Retorno proibido
7
R$ 191,54
 
Avançar sinal vermelho
7
R$ 191,54
 
Não dar preferência pedestre na faixa
7
R$ 191,54
Apreensão de veículo
Retenção do veículo
Passageiro no compartimento carga
7
R$ 191,54
Suspensão do direito de dirigir
Retenção da CNH
 
Conduzir moto sem capacete
7
R$ 191,54
Suspensão do direito de dirigir
Retenção da CNH
Passageiro da moto sem capacete
7
R$ 191,54
Suspensão do direito de dirigir
Retenção da CNH
Conduzir moto com farol apagado
7
R$ 191,54
Apreensão de veículo
Remoção do veículo
Suspensão do direito de dirigir
Retenção da CNH
Transpor bloqueio policial
7
R$ 191,54
 
Não  reduzir velocidade perto de escola, etc.
7
R$ 191,54
Apreensão de veículo
Veículo sem placa ou licenciamento
7
R$ 191,54
Remoção do veículo
Dirigir/exibir manobra perigosa
7
R$ 191,54
 
Não dar passagem a Bombeiros, Ambulância.
7
R$ 191,54
 
Ultrapassar pela contramão, etc
7
R$ 191,54
Apreensão de veículo
Remoção do veículo
Bloquear via com o veículo

 


11 novembro, 2012

Elio Gaspari - Querem domesticar a internet - 11/11/2012

Clique aqui:
Folha de S.Paulo - Colunistas - Elio Gaspari - Querem domesticar a internet - 11/11/2012

O dinheiro que grita - Martha Medeiros

"Todo mundo quer ter dinheiro e não há nada de errado com isso, desde que seja conquistado por mérito próprio, sem roubar de ninguém tampouco do município, do Estado e da nação.

Dinheiro limpo é bem-vindo: nos proporciona viagens, prazeres, conforto, cultura, saúde. Saúde não apenas física, mas mental, e não estou falando do fato de poder pagar um analista se for preciso, mas da tranquilidade de não ter dívidas. Uma pessoa sem dívidas dorme melhor, pensa melhor, respira melhor.

Além de limpo e honesto, dinheiro bom é dinheiro silencioso. Que não se exibe, não se pavoneia, não aponta para si próprio dizendo: olhem eu aqui! Conheço milionários que tem com o dinheiro uma relação discreta. Claro que moram bem, viajam, possuem um bom carro, mas não ostentam, não botam seu dinheiro no sol para brilhar e ofuscar os outros. O dinheiro tem que ser elegante como o seu dono. Ninguém precisa lidar com o dinheiro como se fosse um bicheiro.

Mas é como muitos lidam. Mesmo não abrindo a camisa para mostrar suas correntes douradas nem transitando em limusines, ainda assim há quem não se importe que seu dinheiro grite – aliás, até fazem questão de ter um dinheiro bem marqueteiro. São mulheres que colocam todas as joias que possuem para ir a uma festa, usam bolsas com monogramas gigantes, instalam chafarizes nas piscinas e compram os dias de folga dos empregados porque não toleram a ideia de irem até a cozinha buscar seu próprio copo d´água num domingo.

Homens que andam em carros que valem uma cobertura, pets que vestem Prada, vinhos que são escolhidos pelo preço e namoradas idem, que amor verdadeiro é coisa de pobre.

O rico que esnoba pessoas humildes tem um dinheiro que grita. O rico que trata a todos com respeito e gentileza, tem um dinheiro silencioso.

O rico que só gasta com grifes, tem um dinheiro que grita. O rico que investe também no que é popular (e valoriza uma pechincha, por que não?) tem um dinheiro silencioso.

O rico que perdeu o prazer de apreciar as coisas gratuitas da vida, tem um dinheiro que grita. O rico que não perdeu a conexão com aquilo que lhe dava prazer quando não era tão rico, tem um dinheiro silencioso.

Quem dificulta o acesso a si mesmo através de um sem número de assessores, guarda-costas, secretários, agentes e demais bloqueadores humanos, tem um dinheiro que grita. Quem segue disponível pro afeto, tem um dinheiro silencioso.

Costuma-se diferenciar um do outro dizendo que um é o novo rico, e o outro, o rico de berço. Pode ser. Quem nunca teve, se deslumbra. Reconheço que é muito bom viver bem e poder pagar as próprias contas, tenham elas quantos dígitos tiverem. Mas dinheiro deveria ser educado da mesma forma que um filho: nunca permita que ele seja insolente e ruidoso."

Crônica escrita por Martha Medeiros
(Revista O Globo, p. 8, 4/11/2012)

Simpatia para perder a barriga


Até para os que não acreditam em simpatias, eu recomendo.
É infalível!

Passo a passo:
1) Pegue uma vela branca, um copo d'água e uma imagem de Santo Antônio enrolada numa fita métrica;

2) Meça com a fita métrica a sua barriga, faça uma marca na fita com uma caneta, antes de enrolar a mesma na imagem do Santo;

3) Coloque tudo isso aos seus pés e deite-se no chão, de barriga para cima;

4) Toque então com as pontas dos dedos (da mão) nas pontas dos pés (que não devem se afastar do chão), dizendo bem alto:  SANTO ANTÔNIO, ME TIRA ESSA BARRIGA!

5) Repita isso 500 vezes por dia até chegar ao ponto desejado. Você vai ver: é tiro e queda! Santo Antônio não falha!

28 outubro, 2012

Farsa histórica

MERVAL PEREIRA28.10.2012


Querer transformar em heróis os principais líderes condenados pelo mensalão tem o mesmo tom de farsa da afirmativa de que são "prisioneiros políticos condenados por um tribunal de exceção". A defesa de José Dirceu tenta constranger os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) da mesma maneira que a de José Genoino tentou em vão durante o julgamento, confrontando-os com uma história de vida que teria "alto valor social" pela luta política desenvolvida tanto contra a ditadura militar quanto na democracia, com a fundação do Partido dos Trabalhadores.

Seria realmente patético se, em consequência dessa classificação esdrúxula de "perseguidos políticos", alguns deles pedissem asilo político a "democracias" como a Venezuela ou Cuba, capazes, sim, de compactuar com essa farsa que surge da tentativa de repetir a história. Ou Equador, como fez, desmascarando-se, Julian Assenge do Wikileaks.Cairiam no ridículo se tentassem pedir asilo a uma democracia verdadeira.

Como escreveu Karl Marx, autor que deveria ser conhecido da parte dos réus que tenta dar contornos políticos à roubalheira em que foram apanhados, a História se repete, "a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa".

Pois o ex-presidente do PT José Genoíno e o ex-ministro do Gabinete Civil, José Dirceu, tentam desde o início do julgamento do mensalão trazer para o presente o passado, que para muitos foi heroico, para tentar justificar os crimes que praticaram contra a democracia a favor da qual dizem ter lutado.

Nada indica que a Guerrilha do Araguaia promovida pelo PCdoB maoista pretendesse instalar no Brasil um governo democrático, nem que José Dirceu, do Molipo (Movimento de Libertação Popular) tenha ido para Cuba aprender democracia.

Mesmo sem entrar na análise dos eventuais méritos que tenham tido na sua luta política, esses "valores sociais" só fariam agravar a atuação dos dois no episódio em julgamento, pois estariam traindo seus "ideais democráticos" agindo contra a própria democracia.

O ex-guerrilheiro José Genoíno já havia se transformado em um perverso formulador da História ao se dizer vítima de novos torturadores da imprensa, que em vez de pau de arara usariam a caneta para lhe infligir sofrimentos. Tal desvirtuamento de ideias, transformando a liberdade de expressão e de informação em instrumentos de tortura, mostra bem a alma tortuosa desse político metido em bandidagens a guisa de impor um projeto político "popular".

Transformar um bando de delinquentes, na definição do ministro Celso de Mello, em heróis é uma tentativa de vitimizar os condenados, dando conotações políticas elevadas ao que não passou de um assalto aos cofres públicos com o objetivo de perpetuar um partido no Poder através do desvirtuamento da própria democracia.

No julgamento, alguns ministros, mesmo que sugerindo respeito, ressaltaram que não estavam julgando o passado dos réus, mas os fatos relatados nos autos do processo. Autos produzidos em um sistema judiciário democrático, sob a atuação do Ministério Público Federal, um avanço da Constituição cidadã de 1988 (que o PT se recusou a assinar).

Os dois Procuradores que atuaram no processo, Antonio Fernando de Souza e Roberto Gurgel, foram nomeados pelo ex-presidente Lula, e sete dos dez atuais ministros do Supremo Tribunal Federal foram indicados por Lula e Dilma.

Sem falar que o PT está no governo há dez anos, e o processo se desenvolveu nos últimos sete anos. Todos esses pontos tornam ridícula a alegação de que os condenados foram vítimas de um complô "da direita" em conluio com a "mídia golpista".

Até mesmo Lula, de fora do processo, mas cada vez mais dentro do projeto de Poder beneficiário dos golpes cometidos, saiu-se com a tirada de que já fora "absolvido pelas urnas", alegando para isso a reeleição em 2006, seus 80% de popularidade e a eleição da presidente Dilma em 2010.

Fora o ato falho de admitir que alguma coisa fizera para ser absolvido, Lula teve que ouvir dos ministros, em diversas ocasiões, que eleição não tem o dom de apagar os crimes cometidos.

Essa tentativa, agora oficial por parte de José Dirceu, de colocar-se como um grande brasileiro com "valor social" tem a ver com a possibilidade de anistia por parte da Presidente da República, hipótese vez por outra aventada para o fim do ano. Seria um acinte ao Supremo Tribunal Federal, um escândalo para a opinião pública e um reforço à percepção de que no Brasil quem tem amigos poderosos não vai para a cadeia.

16 outubro, 2012

Rock in Rio 2013

#RockinRio2013 Bruce Springsteen, Metallica e Iron Maiden foram confirmados para o Rock in Rio 2013. Ingressos a partir do dia 30 de outubro.


Enviado pelo meu aparelho BlackBerry da Vivo

17 junho, 2012

Anões em Chamas


A comissária se esqueceu do passado

Elio Gaspari

A comissária Miriam Belchior, ministra do Planejamento, conseguiu uma proeza. Veterana militante do PT, provocou uma greve de professores das universidades federais que durou um mês e poderá terminar com o atendimento da principal e justa reivindicação dos servidores.

Desde agosto do ano passado o Planejamento sabia que os professores reivindicavam um plano de carreira semelhante ao que existe no Ministério da Ciência e Tecnologia. Estava aceso o sinal do risco de greve. O assunto vinha sendo negociado por Duvanier Paiva Ferreira, secretário de Recursos Humanos da doutora Belchior. Em janeiro, Duvanier foi acometido por três desgraças: teve um enfarte, tinha o plano de saúde dos servidores federais e era negro. Foi a duas casas de saúde, daquelas que têm nomes de santas (Lúcia e Luzia), e não foi atendido. Morreu.

A prudência recomendava que a negociação fosse imediatamente retomada, mas empacou. A ideia da greve avançou, e ela estourou no dia 17 de maio. Pararam 14 universidades.

Nesse momento, a comissária Miriam adotou o "Modelo Scania" de negociação. O governo só conversaria com o retorno ao trabalho. Foi reforçada por çábios da Advocacia Geral da União que defendiam a decretação da ilegalidade do movimento. Novamente, o "Modelo Scania", mas felizmente a proposta foi rebarbada. A greve expandiu-se para 49 instituições, parando 55 mil professores.

Depois de um mês, com um prejuízo de R$ 1 bilhão para a Viúva, a perda de aulas para cerca de 600 mil estudantes, o governo reuniu-se com os grevistas. Na melhor técnica da marquetagem, a comissária Miriam e o ministro Aloizio Mercadante (tão frequente nas cenas de comitivas presidenciais) não apareceram na fotografia. O governo apresentou a promessa de um plano de carreira semelhante ao do Ministério da Ciência e Tecnologia, e informou que oficializará a proposta nesta terça-feira.

A ministra é futricada na Esplanada dos Ministérios por colegas que se queixam dela por não devolver telefonemas no mesmo dia e por marcar reuniões com 15 dias de espera. Até aí, pode ser a maledicência de Brasília.

A poderosa comissária tinha 20 anos em 1978, quando os barões da indústria automobilística e a diretoria da fábrica de caminhões Scania souberam que três mil operários haviam entrado em greve. O patronato disse que só conversaria quando a patuleia voltasse ao trabalho. Buscaram, com sucesso, a decretação da ilegalidade da paralisação. Quebraram a cara. A greve alastrou-se pelo ABC, parando cem mil operários em 55 empresas. Ao final, cederam, e assim nasceu um novo personagem na política brasileira: Lula.

Dois anos depois, Miriam e seu namorado, Celso Daniel, ajudaram a fundar o Partido dos Trabalhadores.

23 abril, 2012

Tô cansada!

Um Brinde à Ignorância, à Estultícia e à Estupidez!

"Tô cansada!"

Cansada de ver as mesmas coisas e ouvir as mesmas bobagens todos os dias. Cansada de ver o triunfo da ignorância e da superficialidade pelos quatro cantos da terra. Cansada de aturar a inversão dos valores e a deturpação das coisas, por aqueles  que tem mente fechada, rasa e fedida. E pensar que o ser humano se diferencia dos outros animais pela capacidade de raciocinar e melhorar o seu meio.

É triste ver gente se orgulhando da falta de educação e confundindo grosseria com personalidade forte. Boa parte das pessoas que assim se intitulam, usam esse rótulo para justificar sua total falta de controle, maturidade e principalmente senso de justiça. Então, somos obrigados a aturar os ataques daqueles que se consideram a criação mais importante da raça humana.

O homem tem o dom deturpar as coisas de acordo com o que lhe interessa e enxergar como lhe convém.  Desde quando uma personalidade é algo que rege a vida de alguém? Pois, o autocontrole é uma das características que mais evidenciam a qualidade do homo-sapiens, em diferenciação aos outros seres vivos. Somos seres dotados de inteligência e vontade, ou somos animais guiados exclusivamente pelo instinto?

Muito pior que animais, são aqueles que usam essa dita "inteligência", conscientemente para o mal. Pessoas com orgulho de si mesmas, como se "personalidade forte" fosse um troféu a ser exibido e aclamado e não uma mistura quase homogênea de arrogância, teimosia e uma forte dose de falta de educação. E pior, a ilusão de que as pessoas em volta devem que achar isso excelente e admirá-la, e sentir honrado por conviver com esse inferno. Crianças mimadas e pirracentas, adolescentes sem limites, adultos voluntariosos guiados pelo egoísmo, que alimentam suas ilusões imaturas e norteiam seus princípios. Teimosia vira convicção, arrogância vira sinceridade, medo vira respeito e falta de educação vira personalidade forte. Não há espaço para o outro, que se perde no vazio.

Shakespeare, disse que: "só há uma treva, a ignorância". E infelizmente, numa época de disseminação de informação e facilidade na busca de conhecimento, estamos cada vez mais próximos da estupidez e da estultícia. E quem quer ouvir a sabedoria e a razão? Quem quer ouvir a verdade e a justiça? Quem quer ouvir a voz da consciência entre o capricho de seus devaneios? Tais coisas servem sempre para os demais, pois a dor do exercício de olhar para dentro e enxergar o que de mais podre e vil em nós, causa cegueira e amnésia temporárias, porque quanto maior nossa consciência, mais evidente fica nosso fracasso.

Mais fácil é entreter-se.

Entreter-se com os inúmeros recursos audiovisuais que estão ao alcance das mãos, entreter-se com a vida alheia, entreter-se com o nada. Os heróis da atualidade não tem nada a dizer, porque não existem. Os espelhos são os artistas lindinhos e bonzinhos como Angélica e Luciano Hulk ou mesmos as sub-celebridades dos realitys. Não que eles sejam pessoas ruins, não podemos decretar sobre eles,  mas pobre daqueles que comem e  bebem deles e de tudo que a mídia televisiva tem defecado sobre a mente de uma legião de teleguiados.

Para que se envolver em assuntos chatos como política, corrupção, ética nas relações humanas e familiares, se o Crô não revelou quem era seu amante no último capítulo da novela Fina Estampa (que de "fina" não tem nada)? Por que saber sobre os conflitos no Oriente Médio, se os conflitos entre a "praia" e a "selva" foram tão excitantes? E a bela vitória dos bonzinhos deixou muitos "malvados" no twitter aborrecidos? Todos estão cansados de saber que existem fraudes em licitações, compra de privilégios, tramas e roubos em todas as esferas de poderes, mas ninguém quer pensar nisso. Pensar e se envolver contra isso. Porque a máxima de que "cada um deve fazer a sua parte", não se aplica em tempo algum!

Vamos lá, um brinde a ignorância, a estultícia e a estupidez! Felizes são, pois fim de novela e de reality show tem várias vezes ao ano.

Blog Entre Amigos, produzido por Aline Cleo Rodrigues
http://jblog.jb.com.br/entreamigos

18 abril, 2012

O encontro do PT com suas malfeitorias

Elio Gaspari, O Globo

Materializou-se um pesadelo do comissariado petista. Foi ao ar o grampo em que o empresário Fernando Cavendish, dono da empreiteira Delta, diz: "Se eu botar 30 milhões na mão de um político, eu sou convidado para coisa para c.... . Pode ter certeza disso, te garanto".

A versão impressa dessa conversa surgiu em maio passado, numa reportagem da revista "Veja". Ela descrevia uma briga de empresários, na qual dois deles, sócios da Sygma Engenharia, desentenderam-se com Cavendish e acusavam-no de ter contratado os serviços da JD Consultoria, do ex-ministro José Dirceu, para aproximar-se do poder petista. A conta foi de R$ 20 mil.

À época, o senador Demóstenes Torres, hoje documentadamente vinculado a Carlinhos Cachoeira, informou que proporia uma ação conjunta da oposição para ouvir os três empreiteiros. Deu em nada, como em nada deram inúmeras iniciativas semelhantes. Se houve o dedo de Cachoeira na denúncia dos empresários, não se sabe.

Diante do áudio, a Delta diz que tudo não passou de uma "bravata" de Cavendish. O doutor, contudo, mostrou que sabe se relacionar com o poder. Tem 22 mil funcionários e negócios com obras e serviços públicos em 23 Estados e na Capital. No Rio de Janeiro, participa do consórcio da reforma do Maracanã. Seu diretor regional de Goiás era interlocutor frequente de Carlinhos Cachoeira.

Na última eleição, Cavendish botou R$ 1,1 milhão no cofre do Comitê Nacional do PT e R$ 1,1 milhão no do PMDB. Em ambos os casos as doações foram legais.

Em apenas quinze meses, durante o segundo mandato de Sérgio Cabral, de quem Cavendish é amigo, a Delta conseguiu contratos no valor de R$ 1,49 bilhão, R$ 148 milhões sem licitações. Suas contas com o PAC chegam a R$ 3,6 bilhões.

Talvez o comissariado petista pensasse que o grampo de 2009 seria sepultado. Seu erro foi, e continua sendo, acreditar que pode empurrar esse tipo de conta para mais tarde.

Se o comissário Ruy Falcão acreditou que a CPI em torno das atividades de Carlinhos Cachoeira exporia a "farsa do mensalão" (rótulo criado por Lula), enganou-se. O PT tem um encontro marcado com as malfeitorias de seu comissariado.

Desde 2004, quando apareceu o primeiro grampo de Cachoeira, no qual ele corrompia um servidor que se tornaria subchefe da Casa Civil, a questão é simples: corta na carne ou continua a contaminar o organismo.

O que o comissariado vem fazendo é mostrar-se poderoso o suficiente para dobrar as apostas. Tamanha é sua onipotência que há nele quem creia ser possível contaminar ministros do Supremo Tribunal Federal.

Luiz Marinho, prefeito de São Bernardo e ex-ministro de Lula, condena a possibilidade de o ministro José Dias Toffoli vir a se declarar impedido de julgar o mensalão, mesmo tendo sido assessor do PT, da Casa Civil de José Dirceu e advogado-geral da União de Lula. Nas suas palavras: "Ele não tem esse direito." (O ministro Ricardo Lewandowsky, em cuja mesa está o processo do mensalão, pertence a uma próspera família de São Bernardo, em cuja Faculdade de Direito diplomou-se).

Passaram-se sete anos do surgimento da palavra "mensalão" e o PT continua adiando a hora da faxina. Na semana passada os comissários flertaram com a ideia da criação de uma CPI que supunham letal para a oposição. Em poucos dias, descobriram que estavam enganados.

15 abril, 2012

O Estado Brasileiro e a definição de anomia

Definição de anomia: estado de uma sociedade caracterizada pela desintegração das normas que regem a conduta dos homens e asseguram a ordem social. Anarquia. Ilegalidade.

Brasil: um dos países mais corruptos do mundo

Por: Leonardo Boff*

Corrupção: crime contra a sociedade

          Segundo a Transparência Internacional, o Brasil comparece como um dos países mais corruptos do mundo. Sobre 91 analisados, ocupa o 69º lugar. Aqui ela é histórica, foi naturalizada, vale dizer, considerada com um dado natural, é atacada só posteriormente quando já ocorreu e tiver atingido  muitos milhões de reais e goza de ampla impunidade. Os dados são estarrecedores: segundo a Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo) anualmente ela representa 84.5 bilhões de reais. Se esse montante fosse aplicado na saúde subiriam em 89% o número de leitos nos hospitais; se na educação, poder-se-iam abrir 16 milhões de novas vagas nas escolas; se na construção civil,  poder-se-iam construir 1,5 milhões de casas.

         Só estes dados denunciam a gravidade do crime contra a sociedade que a corrupção representa. Se vivessem na China muitos corruptos acabariam na forca por crime contra a economia popular. Todos os dias, mais e mais fatos são denunciados como agora com o contraventor Carlinhos Cachoeira que para garantir seus negócios infiltrou-se corrompendo gente do mundo político, policial e até governamental. Mas não adianta rir nem chorar. Importa compreender este perverso processo criminoso.

         Comecemos com a palavra corrupção. Ela tem origem na teologia. Antes de se falar em pecado original,  expressão que não consta na Bíblia mas foi criada por Santo Agostinho no ano 416 numa troca de cartas com São Jerônimo, a tradição cristã dizia que o ser humano vive numa situação de corrupção. Santo Agostinho explica a etimologia: corrupção é ter um coração (cor)  rompido (ruptus) e pervertido. Cita o Gênesis: "a tendência do coração é desviante desde a mais tenra  idade"(8,21). O filósofo Kant fazia a mesma constatação ao dizer:"somos um lenho torto do qual não se podem tirar tábuas retas". Em outras palavras: há uma força em nós que nos incita ao desvio que é a corrupção. Ela não é fatal. Pode ser controlada e superada, senão segue sua tendência.

         Como se explica a corrupção no Brasil? Identifico três razões básicas entre outras: a histórica, a política e a cultural.

         A histórica: somos herdeiros de uma perversa herança colonial e escravocrata que marcou nossos hábitos. A colonização e a escravatura são instituições objetivamente violentas e injustas. Então as pessoas para sobreviverem e guardarem a mínima liberdade eram levadas a corromper. Quer dizer: subornar, conseguir favores mediante trocas, peculato (favorecimento ilícito com dinheiro público) ou nepotismo. Essa prática deu  origem ao jeitinho brasileiro, uma forma de navegação dentro de uma sociedade desigual e injusta e à lei de Gerson que é tirar vantagem pessoal de tudo.

         A política: a base da corrupção política reside no patrimonialismo, na indigente democracia e no capitalismo sem regras. No patrimonialismo não se distingue a esfera pública da privada. As elites trataram a coisa pública como se fosse  sua e organizaram o Estado com estruturas e leis que servissem a seus interesses sem pensar no bem comum. Há um neopatrimonialismo na atual política que dá vantagens (concessões, médios de comunicação) a apaniguados políticos.

         Devemos dizer que o capitalismo aqui e no mundo é em sua lógica, corrupto, embora aceito socialmente. Ele simplesmente impõe a dominação do capital sobre o trabalho, criando riqueza com a exploração do trabalhador e com a devastação da natureza. Gera desigualdades sociais que, eticamente, são injustiças, o que origina permanentes conflitos  de classe. Por isso, o capitalismo é por natureza antidemocrático, pois  a democracia supõe uma igualdade básica dos cidadãos e direitos garantidos, aqui violados pela cultura capitalista. Se tomarmos tais valores como critérios, devemos dizer que nossa democracia é anêmica, beirando a farsa. Querendo ser representativa, na verdade, representa os interesses das elites dominantes e não os gerais da nação. Isso significa que não temos um Estado de direito consolidado e muito menos um Estado de bem-estar social. Esta situação configura uma corrupção  já estruturada e faz com que ações corruptas campeiem livre e impunemente.

         Cultura: A cultura dita regras socialmente reconhecidas. Roberto Pompeu de Toledo escreveu em 1994 na Revista Veja: "Hoje sabemos que a corrupção faz parte de nosso sistema de poder tanto quanto o arroz e o feijão de nossas refeições". Os corruptos são vistos como espertos e não como criminosos que de fato são. Via de regra podemos dizer:  quanto mais desigual e injusto é um Estado e ainda por cima centralizado e burocratizado como o nosso, mais se cria um caldo cultural que permite e tolera a corrupção.

         Especialmente nos portadores de poder se manifesta a tendência à corrupção. Bem dizia o católico  Lord Acton (1843-1902): "o poder  tem a tendência a se corromper e o absoluto poder corrompe absolutamente". E acrescentava:"meu dogma é a geral maldade dos homens portadores de autoridade; são os que mais se corrompem".

         Por que isso? Hobbes  no seu Leviatã (1651)  nos acena para uma resposta plausível: "assinalo, como tendência geral de todos os homens, um perpétuo e irrequieto desejo de poder e de mais poder que cessa apenas com a morte; a razão disso reside no fato de que não se pode garantir o poder senão buscando ainda mais poder". Lamentavelmente foi o que ocorreu com o PT. Levantou a bandeira da ética e das transformações sociais. Mas ao invés de se apoiar no poder da sociedade civil e dos movimentos e criar uma nova hegemonia, preferiu o caminho curto das alianças e dos acordos com o corrupto poder dominante. Garantiu a governabilidade  a preço de mercantilizar as relações políticas e abandonar a bandeira da ética. Um sonho de gerações foi frustrado. Oxalá  possa ainda ser resgatado.

         Como combater a corrupção? Pela transparência total, pelo aumento dos auditores confiáveis que atacam antecipadamente a corrupção. Como nos informa o World Economic Forum, a Dinamarca e a Holanda possuem 100 auditores por 100.000 habitantes; o Brasil apenas, 12.800 quando precisaríamos pelo menos de 160.000. E lutar para uma democracia menos desigual e injusta que a persistir assim será sempre corrupta e corruptora.

* Leonardo Boff é teólogo, filósofo e escritor

14 março, 2012

Os Indiferentes


Antonio Gramsci
11 de Fevereiro de 1917
________________________________

Primeira Edição: La Città Futura, 11-2-1917
Origem da presente Transcrição: Texto retirado do livro Convite à Leitura de Gramsci"
Tradução: Pedro Celso Uchôa Cavalcanti.
Transcrição de: Alexandre Linares para o Marxists Internet Archive
HTML de: Fernando A. S. Araújo
Direitos de Reprodução: Marxists Internet Archive (marxists.org), 2005. A cópia ou distribuição deste documento é livre e indefinidamente garantida nos termos da GNU Free Documentation License
________________________________

Odeio os indiferentes. Como Friederich Hebbel acredito que "viver significa tomar partido". Não podem existir os apenas homens, estranhos à cidade. Quem verdadeiramente vive não pode deixar de ser cidadão, e partidário. Indiferença é abulia, parasitismo, covardia, não é vida. Por isso odeio os indiferentes.

A indiferença é o peso morto da história. É a bala de chumbo para o inovador, é a matéria inerte em que se afogam freqüentemente os entusiasmos mais esplendorosos, é o fosso que circunda a velha cidade e a defende melhor do que as mais sólidas muralhas, melhor do que o peito dos seus guerreiros, porque engole nos seus sorvedouros de lama os assaltantes, os dizima e desencoraja e às vezes, os leva a desistir de gesta heróica.

A indiferença atua poderosamente na história. Atua passivamente, mas atua. É a fatalidade; e aquilo com que não se pode contar; é aquilo que confunde os programas, que destrói os planos mesmo os mais bem construídos; é a matéria bruta que se revolta contra a inteligência e a sufoca. O que acontece, o mal que se abate sobre todos, o possível bem que um ato heróico (de valor universal) pode gerar, não se fica a dever tanto à iniciativa dos poucos que atuam quanto à indiferença, ao absentismo dos outros que são muitos. O que acontece, não acontece tanto porque alguns querem que aconteça quanto porque a massa dos homens abdica da sua vontade, deixa fazer, deixa enrolar os nós que, depois, só a espada pode desfazer, deixa promulgar leis que depois só a revolta fará anular, deixa subir ao poder homens que, depois, só uma sublevação poderá derrubar. A fatalidade, que parece dominar a história, não é mais do que a aparência ilusória desta indiferença, deste absentismo. Há fatos que amadurecem na sombra, porque poucas mãos, sem qualquer controle a vigiá-las, tecem a teia da vida coletiva, e a massa não sabe, porque não se preocupa com isso. Os destinos de uma época são manipulados de acordo com visões limitadas e com fins imediatos, de acordo com ambições e paixões pessoais de pequenos grupos ativos, e a massa dos homens não se preocupa com isso. Mas os fatos que amadureceram vêm à superfície; o tecido feito na sombra chega ao seu fim, e então parece ser a fatalidade a arrastar tudo e todos, parece que a história não é mais do que um gigantesco fenômeno natural, uma erupção, um terremoto, de que são todos vítimas, o que quis e o que não quis, quem sabia e quem não sabia, quem se mostrou ativo e quem foi indiferente. Estes então zangam-se, queriam eximir-se às conseqüências, quereriam que se visse que não deram o seu aval, que não são responsáveis. Alguns choramingam piedosamente, outros blasfemam obscenamente, mas nenhum ou poucos põem esta questão: se eu tivesse também cumprido o meu dever, se tivesse procurado fazer valer a minha vontade, o meu parecer, teria sucedido o que sucedeu? Mas nenhum ou poucos atribuem à sua indiferença, ao seu cepticismo, ao fato de não ter dado o seu braço e a sua atividade àqueles grupos de cidadãos que, precisamente para evitarem esse mal combatiam (com o propósito) de procurar o tal bem (que) pretendiam.

A maior parte deles, porém, perante fatos consumados prefere falar de insucessos ideais, de programas definitivamente desmoronados e de outras brincadeiras semelhantes. Recomeçam assim a falta de qualquer responsabilidade. E não por não verem claramente as coisas, e, por vezes, não serem capazes de perspectivar excelentes soluções para os problemas mais urgentes, ou para aqueles que, embora requerendo uma ampla preparação e tempo, são todavia igualmente urgentes. Mas essas soluções são belissimamente infecundas; mas esse contributo para a vida coletiva não é animado por qualquer luz moral; é produto da curiosidade intelectual, não do pungente sentido de uma responsabilidade histórica que quer que todos sejam ativos na vida, que não admite agnosticismos e indiferenças de nenhum gênero.

Odeio os indiferentes também, porque me provocam tédio as suas lamúrias de eternos inocentes. Peço contas a todos eles pela maneira como cumpriram a tarefa que a vida lhes impôs e impõe quotidianamente, do que fizeram e sobretudo do que não fizeram. E sinto que posso ser inexorável, que não devo desperdiçar a minha compaixão, que não posso repartir com eles as minhas lágrimas. Sou militante, estou vivo, sinto nas consciências viris dos que estão comigo pulsar a atividade da cidade futura que estamos a construir. Nessa cidade, a cadeia social não pesará sobre um número reduzido, qualquer coisa que aconteça nela não será devido ao acaso, à fatalidade, mas sim à inteligência dos cidadãos. Ninguém estará à janela a olhar enquanto um pequeno grupo se sacrifica, se imola no sacrifício. E não haverá quem esteja à janela emboscado, e que pretenda usufruir do pouco bem que a atividade de um pequeno grupo tenta realizar e afogue a sua desilusão vituperando o sacrificado, porque não conseguiu o seu intento.

Vivo, sou militante. Por isso odeio quem não toma partido, odeio os indiferentes.

28 fevereiro, 2012

O paradoxo do nosso tempo


Nós bebemos demais, gastamos sem critérios. Dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde, acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais e raramente estamos com Deus.

Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores.

Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos freqüentemente.

Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos.

Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio.

Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores. Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo, mas não nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas realizamos menos. Aprendemos a nos apressar e não, a esperar.

Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos cada vez menos. Estamos na era do “fast-food’ e da digestão lenta; do homem grande, de caráter pequeno; lucros acentuados e relações vazias. Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados.

Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas ‘mágicas’. Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na dispensa.

Uma era que leva essa carta a você, e uma era que te permite dividir essa reflexão ou simplesmente clicar ‘delete’.

Lembre-se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão aqui para sempre. Lembre-se dar um abraço carinhoso em seus pais, num amigo, pois não lhe custa um centavo sequer. Lembre-se de dizer ‘eu te amo’ à sua companheira(o) e às pessoas que ama, mas, em primeiro lugar, se ame… se ame muito. Um beijo e um abraço curam a dor, quando vêm de lá de dentro.

Por isso, valorize sua familia e as pessoas que estão ao seu lado, sempre!!!!!

George Denis Patrick Carlin
12 de maio de 1937, 
Nova Iorque - 22 de Junho de 2008, Santa Monica.

11 fevereiro, 2012

OAB: é inconcebível uma greve armada numa sociedade democrática

A OAB/RJ divulgou nota oficial sobre a greve nas polícias do Rio de Janeiro, manifestando preocupação com a segurança da população. "A greve deflagrada na noite de ontem, pela Polícia Militar, pela Polícia Civil e pelo Corpo de Bombeiros, embora tenha reivindicações justas, é inconstitucional", adverte a entidade.

"A atividade policial é serviço público essencial à preservação da vida das pessoas e da ordem pública, valores imprescindíveis à própria subsistência do estado democrático de direito. Aos militares são vedadas a sindicalização e a greve. O uso de armas impõe uma responsabilidade adicional aos profissionais que as portam na representação exclusiva do poder do Estado. Por isso, é inconcebível uma greve armada numa sociedade democrática", acrescenta.

"Não fosse inconstitucional, a greve seria absolutamente inoportuna. Perdurando até o carnaval, a população do estado será gravemente afetada no momento de sua principal festa popular. Com a mesma veemência com que aponta a ilegalidade do atual movimento grevista, a OAB/RJ reafirma que a atual remuneração desses profissionais é absolutamente incompatível com as funções e as responsabilidades que têm, inclusive contrastando com inaceitáveis privilégios salariais acima do teto constitucional em outros setores", prossegue a nota.

"Por fim, a OAB/RJ exorta o governo do estado e os servidores em greve a que deixem de lado qualquer intransigência e busquem um acordo que garanta uma significativa recomposição salarial num curto prazo. Esperamos, também, que a atual crise leve a sociedade brasileira a um debate mais profundo sobre a necessidade de desmilitarização e unificação das polícias, com dedicação exclusiva de seus integrantes e vencimentos compatíveis com a importância do serviço que prestam", conclui.

Fonte: Jornal do Brasil

08 fevereiro, 2012

Elio Gaspari - 08/2/12

O fracasso do UCA-Total

Programa Um Computador por Aluno atolou, mas o governo dobrou a aposta, esquecendo a Lei de Simonsen

A doutora Dilma deveria mandar que sua Secretaria de Assuntos Estratégicos divulgasse o conteúdo do relatório final da "Avaliação de Impacto do Projeto UCA-Total (Um Computador por Aluno)", coordenado pela professora Lena Lavinas, da UFRJ. Ele está lá, a sete chaves, desde novembro passado.

A providência é recomendável, sobretudo agora que o governo licita a compra de até 900 mil tablets. Com 202 páginas, relata um desastre. A professora Azuete Fogaça, da Federal de Juiz de Fora, trabalhou na pesquisa e resume-a: "Boa parte dos computadores não foi entregue nos prazos. Outros foram entregues sem a infraestrutura necessária para sua adoção em sala de aula. O treinamento dos docentes não deu os resultados esperados. O suporte técnico praticamente inexiste. Os laptops que apresentaram problemas acabaram encostados em armários ou nos almoxarifados, porque não há recursos".

O programa UCA-Total, lançado em 2010, comprou um laptop para cada um dos 10.484 alunos da rede pública de cinco municípios-piloto: Tiradentes (MG), Terenos (MS), Barra dos Coqueiros (SE), Santa Cecília do Pavão (PR) e São João da Ponta (PA). Uma equipe de 11 pessoas acompanhou a iniciativa.

Os computadores chegariam a escolas equipadas com internet sem fio e professores capacitados colocariam a garotada no mundo novo da pedagogia informatizada.

Em São João da Ponta, o sinal mal chegava à escola. Em Barra dos Coqueiros, chegava às praças públicas e, para recebê-lo, os estudantes saíam do colégio. Em Terenos não havia rede. Tudo bem, porque algum dia ela haverá de chegar. Até lá, alguns heroicos professores pagam as conexões de provedores privados com dinheiro dos seus bolsos.

Os laptops comprados pelo governo têm baterias para cerca de uma hora. Como as aulas duram cinco, como fazer para recarregá-los? (Uma tomada para cada carteira, nem pensar.) As prefeituras colocariam armários-alimentadores nas salas. Nem todos os municípios fizeram isso. Na Escola Estadual Basílio da Gama, em Tiradentes, não havia sinal nem armários de recarga, e os laptops estavam encaixotados.

Deixou-se em aberto uma questão central: o aluno deve levar o computador para casa? Em três municípios, levavam. Num, foram instruídos a não trazê-los todos os dias.

Só metade dos alunos teve aulas para aprender a usar os laptops.

Depois de terem recebido cursos de capacitação, 80% dos professores tinham dificuldade para usar as máquinas nas salas de aula. (Problema dos cursos, não deles, pois 91% tinham nível superior ou curso de especialização.) Uma barafunda. As escolas estaduais não conversavam com as municipais e frequentemente não se conseguia falar com o MEC ou com a Secretaria de Assuntos Estratégicos.

Não se diga que os laptops são trambolhos. A garotada adorou recebê-los, e os professores tinham as melhores expectativas. As populações orgulharam-se da novidade. O problema esteve e está na gestão.

A única coisa que funcionou foi a compra de equipamentos. O professor Mário Henrique Simonsen, que conhecia o governo, ensinava: "Às vezes, quando um sujeito te traz um projeto, vale a pena perguntar: 'Qual é a tua comissão? Dez por cento? Está aqui o cheque, mas prometa não tocar mais nesse assunto'".


29 janeiro, 2012

Não canse quem te quer bem

MARTHA MEDEIROS

Foi durante o programa Saia Justa que a atriz Camila Morgado, discutindo sobre a chatice dos outros (e a nossa própria), lançou a frase: "Não canse quem te quer bem". Diz ela que ouviu isso em algum lugar, mas enquanto não consegue lembrar a fonte, dou a ela a posse provisória desse achado.

Não canse quem te quer bem. Ah, se conseguíssemos manter sob controle nosso ímpeto de apoquentar. Mas não. Uns mais, outros menos, todos passam do limite na arte de encher os tubos. Ou contando uma história que não acaba nunca, ou pior: contando uma história que não acaba nunca cujos protagonistas ninguém jamais ouviu falar. Deveria ser crime inafiançável ficar contando longos casos sobre gente que não conhecemos e por quem não temos o menor interesse. Se for história de doença, então, cadeira elétrica.

Não canse quem te quer bem. Evite repetir sempre a mesma queixa. Desabafar com amigos, ok. Pedir conselho, ok também, é uma demonstração de carinho e confiança. Agora, ficar anos alugando os ouvidos alheios com as mesmas reclamações, dá licença. Troque o disco. Seus amigos gostam tanto de você, merecem saber que você é capaz de diversificar suas lamúrias.

Não canse quem te quer bem. Garçons foram treinados para te querer bem. Então não peça para trocar todos os ingredientes do risoto que você solicitou – escolha uma pizza e fim.

Seu namorado te quer muito bem. Não o obrigue a esperar pelos 20 vestidos que você vai experimentar antes de sair – pense antes no que vai usar. E discutir a relação, só uma vez por ano, se não houver outra saída.

Sua namorada também te quer muito bem. Não a amole pedindo para ela explicar de onde conhece aquele rapaz que cumprimentou na saída do cinema. Ciúme toda hora, por qualquer bobagem, é esgotante.

Não canse quem te quer bem. Não peça dinheiro emprestado pra quem vai ficar constrangido em negar. Não exija uma dedicatória especial só porque você é parente do autor do livro. E não exagere ao mostrar fotografias. Se o local que você visitou é realmente incrível, mostre três, quatro no máximo. Na verdade, fotografia a gente só mostra pra mãe e para aqueles que também aparecem na foto.

Não canse quem te quer bem. Não faça seus filhos demonstrarem dotes artísticos (cantar, dançar, tocar violão) na frente das visitas. Por amor a eles e pelas visitas.

Implicâncias quase sempre são demonstrações de afeto. Você não implica com quem te esnoba, apenas com quem possui laços fraternos. Se um amigo é barrigudo, será sobre a barriga dele que faremos piada. Se temos uma amiga que sempre chega atrasada, o atraso dela será brindado com sarcasmo. Se nosso filho é cabeludo, "quando é que tu vai cortar esse cabelo, garoto?" será a pergunta que faremos de segunda a domingo. Implicar é uma maneira de confirmar a intimidade. Mas os íntimos poderiam se elogiar, pra variar.

Não canse quem te quer bem. Se não consegue resistir a dar uma chateada, seja mala com pessoas que não te conhecem. Só esses poderão se afastar, cortar o assunto, te dar um chega pra lá. Quem te quer bem vai te ouvir até o fim e ainda vai fazer de conta que está se divertindo. Coitado. Prive-o desse infortúnio. Ele não tem culpa de gostar de você.

17 janeiro, 2012

O BBB12 e a arte de editar a realidade

No programa desta segunda-feira, um possível crime se transformou numa "comportamento" inadequado, um inquérito policial se tornou apuração "cuidadosa" da Globo, expulsão virou "eliminação" e as leis do país foram solapadas pelas regras de um reality show

Maria Carolina Maia (Veja online)

Daniel está expulso do Big Brother Brasil 12. Ou seria eliminado? Afinal, o modelo teve um comportamento inadequado – ou teria sido ele acusado de um crime grave? A edição do BBB12 levada ao ar nesta segunda-feira pela Globo mostrou que o programa pode ter tudo, menos a realidade que dá nome ao seu gênero televisivo.

Na boca de Pedro Bial, o inquérito policial aberto pela 32ª DP do Rio para apurar o possível estupro da gaúcha Monique pelo modelo paulista, após a festa de sábado no reality, se transformou em avaliação "cuidadosa" e "sem precipitação" do fato por parte da Globo. Pior: Boninho, o diretor do programa, mostrou que segue se colocando acima da lei, pois o caso de Daniel foi tratado como um desrespeito às regras do BBB, e não às leis. Se a Globo entendeu que o modelo agiu mal sob o edredom com uma embriagada Monique, foram antes as leis do país e não as regras do reality que ele desrespeitou.

"Desde o domingo de manhã, a direção do programa vem avaliando o comportamento do participante Daniel, suspeito de ter infringido as regras do programa", disse Pedro Bial logo no começo da edição desta segunda. Mais tarde, após a exibição de cenas sobre as dificuldades de relacionamento da (chata) Jakeline na casa, ele voltaria ao assunto, procurando justificar a demora de Boninho em agir. "O BBB avaliou o comportamento do participante. Sem precipitação, com o máximo de cuidado, avaliamos as imagens que evidenciaram uma infração ao regulamento do programa. A produção entendeu que, sim, o comportamento de Daniel na noite da festa foi motivo de eliminação."

E não se falou mais do caso ao longo da edição, nem mesmo para explicar ao telespectador alheio à discussão o que se passou com Daniel, acusado de ter abusado de Monique após a festa de sábado no BBB12. O silêncio sobre o assunto, aliás, impera também no pay-per-view, onde o áudio chegou a ser cortado no início da noite desta segunda, enquanto a produção mandava Daniel fazer as malas e dar o fora da luxuosa casa montada para o reality no Projac. Mesmo depois de restituído o som, não se ouviu os participantes tocarem no assunto. Ao que tudo indica, foram orientados a evitar o tema.

Editar a realidade parece ser mesmo a grande jogada da Globo neste BBB12. No programa que foi ao ar na noite de domingo – quando, segundo Pedro Bial, a produção do reality show estava apurando "com o máximo de cuidado" a denúncia de estupro –, a emissora transmitiu apenas poucos segundos dos vários minutos em que o modelo passou investindo sobre a estudante debaixo do edredom, ao final da festa. E não foram segundos quaisquer. Foram momentos escolhidos a dedo, em que Monique, completamente inerte em vídeos de sete minutos que circulam desde domingo pela internet, aparece correspondendo ao ataque do paulista.

Para arrematar a cena, Bial mandou uma pérola de seu baú de clichês. "O amor é lindo." O amor pode até ser. Mas a edição da realidade pela Globo é que não é.

A força da rede - Vale dizer, porém, que a Globo não consegue sustentar a ilusão que almeja construir. Enquanto cria suas versões para os fatos na ilha de edição do BBB, nas redes sociais eles se mostram por inteiro, graças à insistência de internautas que não cansam de postar vídeos do programa, mesmo sabendo que serão retirados do ar em pouco tempo. Foi assim que o vídeo em que Daniel ataca Monique, aparentemente inconsciente depois de uma festa em que bebeu bastante, foi retuitado pela cantora Preta Gil e criticado pela atriz Deborah Secco. Ambas pediam a saída do modelo do reality show, engrossando uma campanha que dominou o Twitter ao longo de todo o domingo.

Foi assim também que, nesta segunda-feira, vazou na internet uma fala em que Monique, em conversa não se sabe com quem, conta estava embriagada na noite da balada, que pediu diversas para o modelo parar de agarrá-la e que considera que ele foi "muito mau caráter" se fez sexo enquanto ela estava dormindo. Uma realidade que a Globo, por mais poder que tenha, não consegue editar.

16 janeiro, 2012

Perólas do ENEM

Chegaram as tão esperadas pérolas anuais do último ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio)!!!
DIVIRTAM-SE!

"O sero mano tem uma missão..." 
(A minha, por exemplo, é ter que ler isso!) 

"O Euninho já provocou secas e enchentes calamitosas". 
(Levei uns minutos para identificar o El Niño...) 

"O problema ainda é maior se tratando da camada Diozanio"! 
(Eu não sabia que a camada tinha esse nome bonito.) 

"A situação tende a piorar: o madereiros da Amazônia destroem a Mata Atlântica da região". 
(E além de tudo, viajam pra caramba, hein?) 

"Não preserve apenas o meio-ambiente e sim todo ele". 
(Faz sentido.) 

"O grande problema do Rio Amazonas é a pesca dos peixes". 
(Achei que fosse a pesca dos pássaros.) 

"É um problema de muita gravidez".
(Com certeza...se seu pai usasse camisinha, não leríamos isso!) 

"A AIDS é transmitida pelo mosquito AIDES EGIPSIO". 
(Sem comentário.) 

"Já está muito de difíciu de achar os pandas na Amazônia". 
(Que pena! Também ursos e elefantes sumiram de lá.) 

"A natureza brasileira tem 500 anos e já esta quase se acabando". 
(Foi trazida nas caravelas, certo ?) 

"O cerumano no mesmo tempo que constrói, também destroi, pois nos temos que nos unir para realizarmos parcerias juntos". 
(Não conte comigo!) 

"Na verdade, nem todo desmatamento é tão ruim. Por exemplo, o do Aeds Egipte seria um bom beneficácio para o Brasil". 
(Vamos trocar as fumaças pelas moto-serras.) 

"... menos desmatamentos, mais florestas arborizadas". 
(Concordo! De florestas não arborizadas, basta o Saara!) 

"Isso tudo é devido ao raios ultra-violentos que recebemos todo dia". 
(Meu Deus...... Haja pára-raio!) 

"Tudo isso colaborou com a estinção do micro-leão dourado". 
(Quem teria sido o fabricante? Compaq ? Apple? IBM?) 

"Imaginem a bandeira do Brasil. O azul representa o céu , o verde representa as matas, e o amarelo o ouro. O ouro já foi roubado e as matas estão quase se indo. No dia em que roubarem nosso céu, ficaremos sem bandeira..." 
(Caraca! Ainda bem que temos aquela faixinha onde está escrito "Ordem e Progresso" para amarrar na testa...) 

"... são formados pelas bacias esferográficas". 
(Imaginem as bacias da BIC.) 

"Eu concordo em gênero e número igual". 
(Eu discordo!) 

"Precisa-se começar uma reciclagem mental dos humanos, fazer uma verdadeira lavagem celebral em relação ao desmatamento, poluição e depredação de si próprio..." 
(Putz, que droga é essa?) 

"O serigueiro tira borracha das árvores, mas não nunca derrubam as seringas". 
(Esse deve ter tomado uma na veia) 

"Vamos deixar de sermos egoistas e pensarmos um pouco mais em nos mesmos". 
(Que maravilha!) 

"As chuvas foram fortes, mas não tivemos danos morais". 
(Quem seria processado? São Pedro?)