22 junho, 2010

"Dunga está insuportável"

Dunga x Globo

Pensei que nem seria necessário opinar sobre a nova bobagem de Dunga em entrevista coletiva.
Mas são muitos os pedidos.
Vamos lá, pois.
 
Não importa se o nome do jornalista da Globo é Escobar, Silva ou Galvão.
Nem se é de Globo.
Dunga quer o confronto com a imprensa. E ponto.
 
É direito dele, diga-se, maior e vacinado.
O que penso sobre Dunga é público e notório: tem um belíssimo trabalho à frente da Seleção Brasileira no que diz respeito aos resultados obtidos e está longe de pensar o futebol dos meus sonhos.
Como pessoa é tosco e menos corajoso – meses atrás foi mesquinho e covarde em relação a uma polêmica com o PVC (Paulo Vinícius Coelho/ESPN) — do que se apresenta.
É, também,  marcado indelevelmente pela injusta "Era Dunga", porque foi um excelente volante, até menos faltoso do que quis fazer crer em seu melhor momento na coletiva de ontem.
E nós somos um país engraçado.
Um país que vê a Globo e adora falar mal da Globo. Faz parte.
 
Dunga sabe disso e um de seus méritos como técnico da Seleção tem sido o de não privilegiar ninguém: ele trata igualmente mal toda a imprensa, outro direito seu, professor de maus modos que é.
E é adepto do bateu, levou, como Fernando Collor.
Apenas precisaria refletir que tem um papel a cumprir, que há uma certa liturgia, estuprada ontem pelos seus palavrões.
E que é a exposição dos patrocinadores  que permite pagar o salário que ele recebe, assim como todas as mordomias de que desfruta a Seleção.
Mas juro que é problema dele (e talvez da Fifa), não meu.
E se o presidente da CBF o teme, palmas para ele.
 
Parabenizo-o, ainda, por, quem sabe, fazer do jornalismo esportivo global algo mais crítico, menos CBF, menos entrenimento e mais jornalismo mesmo,  porque, certamente,  jornalismo não torce.
Nem distorce, é claro.
 
Ah, e continuo apostando que a Seleção do Dunga será campeã mundial aqui na África do Sul.

Por Juca Kfouri



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14 junho, 2010

O futebolês ao alcance de todos

Roberto Pompeu de Toledo


"Primeira lição: caiu em desuso dizer que um time, 
ou um jogador, é bom. Diz-se que 'tem qualidade'. 
'Qualidade' é a palavra-chave. É qualidade para cá, 
qualidade para lá"

A esta altura o leitor já deve estar familiarizado com "vuvuzela", "bafana bafana" e "jabulani". Não? Em atenção aos retardatários, "vuvuzela" é a corneta de plástico que os sul-africanos tocam nas comemorações em geral e, especialmente, durante os jogos de futebol. A expressão brasileira "durma-se com um barulho desses" é bem anterior, mas bem poderia ter nascido quando o primeiro sul-africano deu o primeiro sopro em sua vuvuzela. Ou melhor: não poderia. É pouco. A vuvuzela impede não apenas o sono, mas muitas outras coisas, inclusive, e principalmente, assistir sossegado a um jogo de futebol.

"Bafana bafana" é o nome local da seleção sul-africana. Quer dizer "meninos meninos". Já saber por que "meninos meninos", repetindo duas vezes a mesma palavra, é algo que exige maior domínio da cultura sul-africana. Fica para depois de estudos mais aprofundados. "Jabulani", que quer dizer "celebração", é o nome da bola produzida para esta Copa do Mundo, tão criticada pelos jogadores – e com isso podemos nos dar por satisfeitos. Já atingimos uma boa base de zulu. Mais atenção merece a língua adotada pelos narradores e comentaristas de futebol. Em Copas do Mundo muita gente sem intimidade com o esporte gruda-se à tela da TV. Dominar o idioma praticado durante as transmissões pode ser útil.

Primeira lição: caiu em desuso dizer que um time, ou um jogador, é bom. Diz-se que "tem qualidade". Ou que não a tem. "Qualidade" é a palavra-chave. Os jogadores já foram contaminados pela moda. Também para eles, é "qualidade" para cá, "qualidade" para lá. Segunda lição: não vá o desavisado chamar estádio de "estádio". É "arena". "Arena" tem maus antecedentes. Já foi o nome do partido político que apoiava a ditadura e antes disso, muito antes, era o local em que os gladiadores se estripavam, entre si ou de encontro às feras. Já estádio indica o local das exibições de ginástica e das provas olímpicas. Um aponta para a brutalidade romana, outro para a harmonia grega. A brutalidade romana, nos dias que correm, tem a dianteira.

Outras expressões são mais técnicas, e exigem dos leigos redobrado empenho, se desejam atualizar-se. Quando se ouvir falar em "assistência", não se imagine que o locutor esteja se referindo ao público nas arquibancadas nem, claro, à necessidade de ambulância para socorrer algum ferido. Importado do basquete americano, o termo nomeia o último passe antes do chute em direção ao gol. Ou seja: o passe que deixa o jogador que o recebe "na cara do gol", como se diria na boa e velha linguagem surgida nas asperezas do gramado, não no luxo das cabines de transmissão.

"Valorizar a posse de bola", "proposta de jogo" e "chamar a si a responsabilidade" são outras expressões que merecem esclarecimentos. "Valorizar a posse de bola" significa a insistência em trocar passes sem o objetivo imediato de avançar em direção ao gol adversário e, no limite, para de novo voltar ao cru jargão de antigamente, "fazer cera". Curioso, no futebol como na vida, é o destino das expressões. O primeiro que falou em "valorizar a posse de bola" foi muito bem. Deu precisão ao fenômeno. Tão bem que seu achado passou a ser repetido à exaustão. Pronto: virou frase feita. E tão feita que começou a ser usada pela metade: "Ele (tal jogador) está valorizando".

"Proposta de jogo" tem em comum com "valorizar a posse de bola" o ar erudito. Significa a disposição com que o time, sob orientação do técnico, entra em campo – na defesa, logo partindo para o ataque, ou algo entre uma coisa e outra. Seria como o lance de abertura no xadrez. Mas não se iluda o novato. No futebol, o imponderável é mais forte do que qualquer proposta, e pode virá-la do avesso em poucos minutos. Já "chamar a si a responsabilidade" é o elogio que se atribui ao jogador que se destaca pela presença combativa e pela liderança. A expressão tem uma trajetória semelhante à de "valorizar a posse de bola". De achado virou frase feita, com direito também ao uso abreviado: "Ele (tal jogador) chamou a responsabilidade".

O colunista fez o possível. Espera ter contribuído para que o leigo, quando ouvir "Ele está valorizando", não imagine que o jogador em questão esteja se valorizando para ser vendido ao futebol europeu. (Mesmo porque, entre os jogadores que disputam a Copa, quase todos já estão lá; vista de certo ângulo, a Copa é um torneio dos times europeus recombinados.) Ou que, ao ouvir "Ele chamou a responsabilidade", não se atrapalhe e, em meio ao coro de vuvuzelas, pergunte: "Como? Quem é que ele está chamando?".



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10 junho, 2010

Rapidinhas

NO RESTAURANTE
- Garçom, tem uma aranha no meu prato.

- Não se preocupe, é o desenho do prato.
- Mas ela está se mexendo...
- É porque é um desenho animado...

MORTE REPENTINA
Um belo dia a menina Francisquinha curiosados pergunta a sua a mãe:
-Mamãe porque as pessoas da nossa familia morrem derrepente??
...mamãe!!! mamãaaae!!!! 

CENSURA NO BAR 
O cara entrou no bar, pediu uma bebida e começou:
- Se essa CPI for séria...
- Moço! Conversa de política no meu bar, não. Só dá confusão!
- Tudo bem! É que o meu time...
- "Moço! Futebol também não...
- Tudo bem! Mas lá na Igreja que eu freqüento...
- Também não fale de religião aqui!
- E de sexo, pode falar?
- Claro!
- Então vai tomar no cu!

LOIRA

A loira arrumou um emprego de manobrista num restaurante.
Logo chega o primeiro cliente para retirar o carro.
- O Celta preto.
- Tá sim... Acho que vai chover!...

BODAS DE PRATA

Um casal dá um passeio pelo campo.
Chegando a um local onde já tinham estado tempos atrás, a mulher diz para o marido:
- Querido, vamos fazer o mesmo que fizemos aqui, há vinte anos?
O marido tira as calças, a mulher encosta na cerca. Ele salta em cima dela rapidamente.
Fazem amor como nunca tinham feito antes.
Ela grita, contorce-se e agita-se descontroladamente. Quando terminam, ela quase desmaia sem forças.
Depois de levá-la para o carro e a reanimar, o marido diz:
- Nossa, Querida, você não se agitou dessa maneira naquela vez em que fizemos amor aqui há vinte anos!
A mulher, ainda recuperando o fôlego, finalmente consegue falar:
- Há vinte anos atrás, a porra da cerca não era elétrica!

NO NAVIO

Uma loura gostosíssima ia se jogar no mar, no cais da Praça Quinze, quando aparece um marinheiro.
- Moça, não faça isso!
- Vou "se" suicidar, minha vida é uma droga...
- Não faça isso!
- Olha, meu navio está de partida para a Europa. Por que você não vem comigo e pensa melhor? Se, chegando lá, você ainda quiser se matar, pelo menos terá conhecido a Europa.
A loura achou a proposta razoável. Seguiu com ele e foi escondida num bote salva-vidas, onde viajaria clandestinamente durante vários dias.
Nas próximas duas semanas o marinheiro a visitava à noite trazendo comida, água e transava com ela.
Comida, água e cráu!
Água, comida e cráu!
Cráu, comida e água!
E assim foi até que um dia o comandante da embarcação fez uma inspeção nos botes e descobriu a loura. Ela, sem saída, lhe contou a verdade.
- Olhe, eu estou aqui, seguindo para a Europa, porque um marinheiro muito bonzinho me trouxe para salvar minha vida. Todas as noites ele me traz comida e água, e como agradecimento eu dou pra ele. E combinamos assim até chegarmos à Europa... Ainda falta muito?
- Falta bastante, porque, por enquanto, esta barca só faz a travessia Rio X Niteroi!