Para quem não se lembra, o primeiro lote do X-110 a ser montado no país foi totalmente negociado para a operadora Vivo, que vai comercializá-lo exclusivamente nas suas lojas como mais uma oferta de seu serviço de dados 3G. Por causa disso, o portátil será vendido como se fosse um celular e seu preço final dependerá do tipo de pacote de dados contratado pelo cliente que poderá ser pré ou pós pago.

Baseado no cultuado MSI Wind 100, acreditei inicialmente que o X-110 poderia ser um irmão gêmeo do Mobo White, só que numa nova embalagem. Mas depois de remover alguns parafusos, rodar diversos benchmarks e muita análise comparativa, cheguei à conclusão de que o X-110 não é exatamente irmão, mas sim um primo próximo do netbook da Positivo.


Disponível nas cores black piano e branco brilhante com interior cinza, o X-110 da LG/Vivo mede 26,2 x 3,1 x 18,0 cm (LxAxP fechado) e 1,2 kg de peso suas dimensões são praticamente idênticas a do Mobo White, apesar de que o modelo da Positivo é ligeiramente mais pesado por causa da sua bateria de maior capacidade (1,63 kg). Assim como outros produtos da LG, o X-100 oferece um belo visual e acabamento elegante, apesar do eterno problema inerente ao black piano: é um verdadeiro imã de impressões digitais e riscos.

Suas especificações técnicas todo mundo já deve saber de cor e salteado mas vamos lá: processador Intel Atom N270 de 1,6 GHz com chipset 945 GSE Expres, 1 GB de SDRAM DDR2 667 , disco rígido Fujitsu MHZ2160BH de 160 GB SATA,Wi-Fi 802.11b/g com antena Dual Quad-band, porta de rede Fast Ethernet, webcam de 1,3 megapixel, sistema de som SRS WOW HD, dois alto falantes estéreo (2 watts/canal), microfone, teclado em português brasileiro, touchpad, leitor de cartão SD / MMC / MS / MS pro, três portas USB, SVGA e Windows XP Home pré instalado. Acompanha o produto o adaptador de rede elétrica de 65 watts e CDs com drivers e utilitários.

Devido ao desenho mais elaborado do gabinete, remover a base do X-110 não é tão simples como a do Mobo White, exigindo muito mais cuidados, principalmente para soltar as travinhas de plástico que ficam meio escondidas aqui e ali. Feito isso temos a primeira visão do interior do portátil que, para minha surpresa, não é igual, porém muito parecida com a placa-mãe do netbook da Positivo:

A primeira coisa que podemos notar é a ausência do slot para o pente adicional de memória, existindo apenas os chips de SDRAM soldados diretamente na placa-mãe (3) e que, felizmente, já totaliza 1 GB, suficiente para rodar o Windows XP Home sem problemas. Nesse mesmo espaço podemos ver um segundo slot PCI-mini (2), onde fica o cartão Wi-Fi 802.11b/g com suas respectivas conexões de antena.

No outro slot PCI-mini (1) podemos ver o modem 3G da Ericsson. Também com suas respectivas conexões de rede:

O interessante é notar que o cartão em si é só metade da solução de 3G, já que o slot para cartão SIM fica soldado na placa-mãe. Com essas implementações no circuito podem explicar a diferença na posição das portas observadas aqui.

Seu teclado já em português segue o mesmo padrão do MSI Wind que, apesar de ter teclas ligeiramente pequenas, permite digitar textos sem problemas. Curiosamente, esse layout diferere um pouco do modelo adotado pela Positivo em alguns detalhes, como a posição invertida das teclas [Ctrl] e [Fn] e o [Ctrl] da direita, que no mobo abriga os caracteres "/", "?" e "°". No caso do X-110, essas teclas ficam na posição das teclas "Q", "W" e "E". Essa solução é a mesma adotada pelo MSI Wind com teclado nacional vendido lá do outro lado da Ponte da Amizade.

De resto, não pudemos notar diferenças significativas entre os dois projetos, ao ponto de usarmos os drivers originais da MSI sem problemas no X-110, com exceção do driver do modem 3G que vem gravado em um CD à parte e que já acompanha o produto (aviso sem compromisso: cuide bem desse CD, já que ele não está disponível na web).

Surfando em 3G:
Uma das grandes sacadas desse produto é ser um computador baseado em Windows capaz de se conectar com a Internet em qualquer hora e a qualquer local. Com seu generoso HD de 160 GB, o X-110 funciona praticamente como qualquer um notebook convencional com a vantagem da conexão 3G. Seu pacote de aplicativos é simples e sem penduricalhos: IP Operator, LG Magnifier, Cyberink YouCam e o Norton Antivirus. Na versão 3G ainda vem com o chamado Connection Manager, que gerencia o acesso ao do Vivo Zap:

Seu modo de uso é bastante simples: ao ativar o programa, o sistema liga o rádio e procura pelo sinal HSPA mais próximo e informa a qualidade do sinal por meio da tradicional escala de barras. A partir daí, basta clicar no botão conectar e, se tudo der certo, a informação será apresentada do seguinte modo:

Feito isso, basta entrar no seu serviço de internet favorito e sair navegando por ai.

Observe que, para o netbook ,a conexão 3G é mais uma conexão de rede como o Wi-Fi ou mesmo a porta Fast Ethernet. Isso facilita em muito o seu gerenciamento, caso o usuário deseje trabalhar ligado na rede local ou ponto de acesso.



Com relação ao desempenho, pelo menos aqui em São Bernardo do Campo, a qualidade da recepção foi sempre muito boa e a conexão se manteve estável por horas a fio (às vezes por dias).

Sob Testes:
Como fazemos sempre, apagamos o sistema operacional que acompanha o produto e reinstalamos no seu lugar um Windows XP Professional com SP2, os respectivos drivers e rodamos nossos benchmarks de sempre.

Pelos resultados obtidos, o X-110 marcou 37 pontos no Sysmark 2007 Preview 1.4, Seu desempenho gráfico no 3DMark 06 foi de 70 pontos e nos testes com o AutoGK 2.45, o portátil levou 5h35m19s para transformar um filme em DVD para um arquivo AVI de 700 MB. Nos testes de autonomia de bateria realizadas com o Battery Eater 2.7 o sistema funcionou por aproximadamente 1h36m36s, um desempenho razoável para um equipamento de seu porte, mas nada que salte os olhos.

Esse números mostram que em termos de desempenho, o Mobo White da Positivo levou a melhor em praticamente todos os resultados. Porém, se levarmos em consideração que — na teoria — o uso de um netbook seria basicamente para atividades ligadas à rede como navegar na Web, baixar e ver alguns vídeos, trocar mensagens e até bater papo no MSN ou Skype etc. — essa vantagem pode ser ou não relevante. Fora isso, em outras tarefas simples como coletar dados, elaborar textos, preencher planilhas ou até mesmo reproduzir músicas e vídeos, o X-110 atende plenamente à essas tarefas, o que pode soar como música nos ouvidos de estudantes, profissionais liberais e automação de força de vendas.

Sob um certo ponto de vista, eu me arrisco a dizer que o público alvo do X-110 é ligeriamente diferente do Mobo White, já que o modelo da LG/Vivo, pela sua facilidade de comunicação em qualquer lugar, é o melhor companheiro de viagem que qualquer pessoa poderia desejar — e nada mais do que isso. Já o Mobo White é mais indicado para os geeks e entusiastas de plantão que curtem hardware e gostam de abrir e mexer nas suas máquinas, sempre com o objetivo de conseguir algo a mais de seus sistemas, como adicionar mais memória RAM, trocar o disco rígido, brincar com a plaquinha Wi-Fi ou mesmo mudar o sistema operacional.

Se netbooks fossem carros, o Mobo White poderia ser um Gol BX 1.6 branco enquanto o X-110 seria um Audi A3 1.6 preto. Apesar de ambos serem carros da Volkswagen, o primeiro você usa pra ralar, dar cambalhota, troca a bolinha do câmbio por outra com siri dentro, etc. Enquanto no A3 você passeia, dirige, curte e adora mantê-lo "todo original".

Fonte:
http://zumo.uol.com.br/2009/01/30/review-lg-x-110-com-vivo-3g/
Escrito por Mário Nagano